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Gestão por causa e efeito

Neste conteúdo falaremos sobre gestão por causa e efeito. Já estou há muito tempo lidando com pessoas que fazem gestão de equipes ou gestão de empresas. Essa é minha experiência e é por isso que criei minha empresa, a F2A2, e preparo esses conteúdos semanais para você. Após muita reclamação, muita reclamação sobre ‘Não tenho tempo, meu colaborador não veste a camisa’, e uma série de consequências em função destas reclamações, promovendo vários problemas para a gestão da empresa.

O que de fato é muito claro é que o modelo de gestão reflete o que a gente prega.

A causa e efeito, o motivo e as consequências estão atrelados a um modelo específico de gestão. É uma coisa que acredito muito, já vivenciei o modelo de gestão tradicional, onde dentro de uma empresa super tradicional consegui implementar um modelo de gestão muito mais colaborativo e assertivo, funcionou muito bem. Aprender como funciona as empresas que são autogeridas, onde não tem um gestor específico, não tem hierarquia, apesar de soar estranho para muita gente, este modelo funciona muito bem. A questão é que a gente quer controlar tudo e todos.

Muitas pessoas deixam de trabalhar com outras pessoas, de colaborar, e assim não usam o capital intelectual das pessoas para evoluir e usam apenas o braço de sua estrutura, exigindo apenas a execução, ou seja, a repetição de processos pré-estabelecidos. Seguindo assim, as características intrínsecas da gestão baseada no comando e controle. Para comandar e controlar depende de tempo, precisa se dedicar para isso, pois há uma exigência de criar processos para controlar e assegurar que os processos estão seguindo à risca o que precisa acontecer. E aí não adianta reclamar que não tem tempo, que a empresa suga muito de você, porque ser empreendedor ou gestor é um problema. Isso está na causa, as consequências você está colhendo em função do que você aplica. Se você quer comandar e controlar tudo, o seu braço vai ficar pequeno e cada vez mais você vai se envolver no dia a dia, no detalhe para ter o conforto do controle por coisas, que na sua grande maioria, não tão significativas.

Mas existe necessidade de controlar as coisas? Sim, quando é legislação, quando é uma coisa que influencia a ética, o valor da sua empresa que você não abre mão, aspectos ambientais, uma série de coisas que você tem como princípio, uma cultura da sua organização, mas, a enorme maioria, não é. Na minha experiência eu saí de uma empresa multinacional, onde estava crescendo profissionalmente, porque senti na gestão em relação às minhas responsabilidades, um micro gerenciamento muito forte. Já mencionei essa história em um outro conteúdo, apesar da decisão de sair da empresa não foi somente por causa disto, este fato me fez refletir e contribuiu na decisão final, além disto, esse fato me fez abrir os olhos para algumas coisas.

Se quero liberar meu tempo, se quero que meus colaboradores vistam a camisa, se não fizer nada, não adianta, não existe milagre, não existe situação que vá fazer isso se reverter da noite para o dia. As pessoas estão olhando para as organizações com o intuito de identificar algum propósito. Enquanto esse propósito for positivo para ela, ela veste a camisa, quando não for, provavelmente deixará sua organização mais cedo ou mais tarde.

Muitos colaboradores, cerca de 80%, deixam a organização ou não rendem o seu melhor porque existe um desequilíbrio entre esforço e recompensa. Se existe um esforço de uma pessoa que é recompensado na mesma medida, ótimo. A partir do momento que existe um desequilíbrio, é uma questão de tempo. Pode-se até ter um esforço pequeno e ter uma recompensa muito grande, mesmo assim, não há motivação para fazer mais nada. Se tem um esforço muito grande e a recompensa é muito pequena ou, neste processo, outra pessoa é beneficiada, é uma questão de tempo para a pessoa deixar esta organização. A gestão pode fazer total diferença.

Queria trazer, mais uma vez, sim serei repetitivo nisso, afinal é o propósito na minha organização, da minha empresa que é mostrar que as empresas podem ser mais estratégicas e sustentáveis. Gostaria de reforçar este propósito através de um livro recente, que se chama Minds at Work ou Mentes trabalhando, em português, que traz algumas ideias interessantes.

Entre as ideias que o livro traz, ele fala que as organizações devem se adaptar às mudanças, atualizando suas práticas de gestão. Se você está parado no tempo, no modelinho tradicional, onde você quer controlar e comandar tudo, esqueça, é uma questão de tempo para você ficar cada vez mais para trás.

Um exemplo é que o treinamento deve ser aplicado apenas quando for necessário no fluxo de trabalho. Esse livro traz esse conceito interessante, é um conceito que acredito bastante, que a gente precisa pegar o conteúdo que é necessário para o agora. Não adianta pegar um conteúdo que talvez você use daqui a um ano, pois neste caso o conteúdo do treinamento não está atrelado às suas necessidades reais e imediatas. Aí façamos algumas correlações importantes que são: Qual a necessidade da empresa? Qual a necessidade do colaborador para atingir essa necessidade? Isso é o fluxo de trabalho, é isso que é preciso atuar, é isso que necessita ser ensinado e de forma individualizada, pois não adianta querer treinar todo mundo, é aquela pessoa que precisa daquela necessidade, aquele ajuste para vestir a camisa e fazer um trabalho melhor. Personalização da capacitação.

Forneça para a sua empresa uma verdadeira cultura de aprendizado. Desenvolva essa cultura, que as pessoas possam aprender entre elas próprias, pois a grande parte das informações necessárias para a capacitação das pessoas encontra-se dentro da própria empresa. E por incrível que pareça, a tendência e a prática da maioria das empresas é de buscar as capacitações fora. Lógico que, necessidades específicas, novidades, técnicas, novas ferramentas e metodologias veem de empresas especializadas. No entanto, questões comportamentais podem ser compartilhadas através das experiências da estrutura existente na própria organização.

Elimine o comando e controle e busque inclusão baseado em confiança nos funcionários. Confie nos funcionários. Se os funcionários não são adaptados ao valor da sua organização, à sua empresa, é uma questão de tempo para você trocar de funcionário ou ser trocado por ele. Incentive o treinamento através da coaprendizagem, o livro traz essas questões também, ofereça aos funcionários ferramentas para eles extraírem o conteúdo de aprendizado de sistemas uns dos outros, que é essa correlação, essa contribuição.

O livro apresenta, dentre outras coisas, sobre a capacidade de gerir mentes requer novas competências de atitudes do líder. Você quer mudar? Você quer fazer diferente? Faça, use as variáveis que estão na sua mão. Não adianta reclamar que o mercado é isso, o mercado é aquilo, o colaborador é isso, o colaborador é aquilo, a cultura é essa, é aquela. Use o que está na sua mão e comece a dosar esforço e recompensa, equilibrados.  Neste cenário, existe a questão de salários variáveis, uma série de benefícios personalizados que você pode usar. O grande engano é você começar a colocar benefícios pontuais que não são sistêmicos e cada vez mais você precisar fazer mais, mais e mais e não vai resolver nada.

Gerir mentes requer competências e atitudes diferentes, ou seja, praticar o alinhamento, a autonomia e a responsabilidade. Autonomia e responsabilidade andam de braços dados. Não tem nada que faça acontecer alguma coisa diferente se você não conectar essas duas pontas.

O livro fala também sobre criar um local de trabalho que permite a gestão das mentes, que as pessoas possam ser inseridas no contexto, possam participar, possam fazer tudo usando o seu capital intelectual para evoluir junto e somar ao capital intelectual da organização, dos líderes e de todo mundo que participa dela.

Esse é um livro que achei interessante pelo contexto que ele traz. E é super recente, super atual. Pesquise sobre o livro pelos sites de busca, mas, o interessante é você olhar para isso com outros olhos, com uma mente aberta, para um novo modelo de gestão.

Esse é o critério e o fundamento que acredito que as empresas precisam começar a fazer. Caso contrário, a gente vai ficar cada vez mais para trás, cada vez mais gerando rotatividade de pessoas, cada vez mais sobrecarregando os gestores, porque tem que controlar tudo e todos e, cada vez mais as pessoas reclamando, reclamando e reclamando. Se você começar a empreender ou liderar olhando para variáveis que não estão na sua mão, terá um risco exponencial, além de uma situação que não vai levar a sua empresa ou equipe para frente, ou seja, ficará cada vez menos estratégica e com menores oportunidades de uma sustentabilidade operacional.

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