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Desconhecido e imprevisível caminho novo

Todos os artigos desenvolvidos aqui são para a promover a reflexão e a transformação para uma gestão estratégica sustentável para as organizações.

Neste artigo especificamente vamos falar sobre zona de conforto. Nós podemos abordar uma série de coisas para entender um pouco qual é o cenário atual das organizações, qual é o ambiente onde elas estão inseridas e por que uma mudança de gestão é tão difícil de acontecer. Porque as pessoas ainda olham para esse novo modelo de gestão que traz alinhamento, autonomia e responsabilidade com certo receio. Eu queria trazer um conteúdo para gente começar a entender um pouco os possíveis fatores que provocam esta inércia nas empresas.

Sair da zona de conforto para alguns é um grande problema, mas é, de fato, algo que é extremamente necessário. Vamos entender o por quê. É fato que o mundo mudou, já não existe mais o que era anteriormente, onde você tinha comando e controle, a demanda era pela contratação de braço, esforço físico, e não intelecto. Mas, de onde vem isso? Essa gestão tradicional, de onde vem? Primeiro, que é uma gestão que obedece a uma ordem lógica. A gestão pressupõe que você tem níveis hierárquicos e que você vai subindo na organização ao longo do tempo. E todas as pessoas começam a ver o seu plano de carreira a partir daí. Então, eu vou entrar como estagiário, vou ser efetivado, vou virar analista Júnior ou assistente Júnior, depois pleno,  sênior, depois eu passo para o segundo nível, terceiro nível, até chegar nesses processos que hoje são bem-vistos pelas organizações e pelas grandes empresas, o grande poder executivo, CxO, onde X determina a maior responsabilidade naquela área de atuação dentro da organização.

Essa busca é lógica e desejada por quase todo mundo. Só que se você começar a ver, normalmente as pessoas passam de 4 anos a 4 anos e meio em cada posição. Projeta isso ao longo do tempo e veja como vai ficar sua ascensão em função do tempo. Você pode tentar sua escalda profissional sendo um profissional anti-carreira, que é buscar conexões em áreas correlatas e não em uma área específica da organização, buscar o crescimento profissional migrando entre áreas capturando novas oportunidades. Na verdade, já se fala que a gente vai ter várias profissões ao longo da vida profissional, assim, esta migração entre áreas será mais comum do que pensamos.

Falando um pouco da gestão tradicional, ela obedece a uma ordem lógica, sequencial, ela tem a visibilidade dos próximos passos. O que é preciso fazer para atingir o próximo passo? Então, você vai se preparando para aquilo. É algo mais previsível, sabendo o que é requerido. E boa parte desse processo vem de não se fazer pergunta, apenas a confirmação do entendimento para seguir adiante. Que é o modelo braçal. “Você precisa apertar o parafuso” “Está bom. Apertar o parafuso é assim? Se é assim, vai”. Não se questiona por que precisa apertar o parafuso, qual a intensidade, quantas voltas precisa dar, se não existem outros meios de fazer aquilo. Não se questiona isso. Se faz para que você consiga atingir os próximos passos. É um processo previsível, identificado numa ordem lógica que você vai atendendo para poder subir na organização.

Isso vem da escola. A escola é muito assim, começa pelo primeiro ano, depois segundo, terceiro e daí por diante. É previsível porque você precisa fazer trabalhos e provas para conseguir passar de ano, você sabe quais são os próximos passos, é uma função de gabarito, onde todos têm um gabarito, tem que acertar aquela questão, as pessoas não questionam, elas olham para o resultado e tenta chegar ao mesmo resultado todo mundo. Fica todo mundo na mediocridade, na média. Isso é um processo que não provoca pensamento, análise crítica, questionamentos e reflexão nas pessoas.

Esse questionamento que é tão importante para reproduzir reflexões e trazer modelos diferentes não é aceito em grande parte das gestões tradicionais, que vem da escola, que a gente tem até hoje, muitas escolas estão inserindo o processo de questionamento, que é muito importante para expandir, inovar, fazer uma série de coisas. Esse modelo tradicional vem praticamente de um modelo já constituído pela escola. Os nossos pais, os nossos avós, a nossa geração, a minha geração, por exemplo, buscava como meta o estudo, se forma e se aposentar, nesta sequência lógica, que foi e ainda é o racional de muitas pessoas. Só que muita coisa mudou. A expectativa de vida das pessoas mudou, a agilidade com que a transformação e as mudanças ocorrem são muito variadas, muito mais complexas e incertas do que antigamente.

Falando da gestão tradicional para uma gestão do agora. A gestão do agora, além de ser volátil, incerta, complexa e ambígua, que é o VUCA, que a gente já ouviu falar muito sobre isso, agora também é frágil, promove muita ansiedade, não obedece a uma ordem lógica, não é nem linear e é muito difícil e até impossível de se compreender, que o famoso BANI, uma sigla em Inglês que define estas características. A sigla BANI que é você trazer elementos que são totalmente diferentes do que está acostumado. Aquela zona de conforto, que você ficava lá encapsulado, protegido e tinha uma previsibilidade do próximo passo, isso não existe mais. Ou a gente começa a se movimentar, a entender isso ou a gente vai ficar parado no tempo, curtindo nossa zona de conforto.

Existe muito a questão de como fazer essa transformação de uma gestão tradicional para gestão do agora. Por que as pessoas não querem mudar? Boa parte não quer mudar porque está acostumada a um modelo tradicional que vem desde a escola. O mundo empresarial mudou muito, a hierarquia, cargos sequenciais, essas coisas existem? Existem, mas se você olhar para as empresas hoje, para as organizações, ela tem uma flexibilidade muito grande. As startups vêm trazer muito esse contexto. Empresa com mais de 7.000 colaboradores que estão divididos em pequenas células, totalmente voltada a autogestão. É um processo bem interessante que funciona, aliás, funciona muito bem.

Essa gestão 4.0 que todo mundo fala, que é a nova gestão, que é você entender, se aproximar das pessoas, conhecer as pessoas, ter mais possibilidade de avaliar o cenário muito maior do que você tinha anteriormente, isso é básico e fundamental. Precisa olhar para isso, que é algo que fará toda a diferença nesse modelo, nessa percepção, nessa mudança de gestão tradicional para uma gestão do agora, uma gestão mais moderna, uma gestão que realmente avalia o todo e que está voltada para o aprendizado. Mas não é um único aprendizado que você precisa olhar e aprender para seguir adiante. É aprender a aprender constantemente. Cada hora vai aparecer uma geração nova, um concorrente novo no mercado, um segmento novo, modelos diferentes, startups que são disruptivas em relação às empresas tradicionais, uma série de coisa, que você precisa entender. Além do que, os cenários e as pessoas mudam constantemente. Se você não se aproximar das pessoas e começar a aprender com elas e ficar só no seu intelecto, na sua percepção, você vai ficar fadado e limitado ao que você tem de conhecimento. Estude esse conceito e entenda quais são as dificuldades das pessoas em olhar para a gestão da empresa e começar a fazer movimentos muito mais sinérgicos do que a se tem hoje, ao invés de fortalecer uma gestão do passado, uma gestão tradicional que é voltada ao comando e controle, totalmente ultrapassada.

A gestão 4.0, fazendo uma analogia, uma brincadeira, para mim deveria ser a gestão 0.4. Porque o líder tem que ser um facilitador, ele promove suporte, dá apoio para a organização. A gente está tirando o líder lá de cima, do topo da pirâmide, que é o foco da liderança, e trazendo ele para baixo, para a base. Não que ele vá perder o seu valor, mas ele vai ser muito mais efetivo para a organização se ele realmente olhar para organização como um todo e entender quais são as suas necessidades, apoiando e ajustando às necessidades dos colaboradores para que isso comece a acontecer. O líder precisa pensar na estratégia a médio e longo prazos, principalmente longo prazo, com certeza. No entanto se ele não ficar conectado e de forma dinâmica ajustar esta estratégia, vai passar um, dois meses e o planejamento vai estar totalmente desalinhado com que o líder planejou. Essa conexão do líder com as pessoas é o que vai fazer a diferença. É o famoso Gemba. O gemba é você ir e olhar onde as coisas estão de fato acontecendo na empresa, ir lá, na origem. Ou o de uma maneira menos rebuscada e formal, faça a estratégia do TBC, tire a bunda da cadeira e vá lá ver o que está acontecendo para entender e fazer a sua gestão muito mais abrangente do que ficar sentado numa cadeira olhando para as coisas acontecerem, mandando e desmandando. Sem olhar como as coisas acontecem, como interagem, quais são as interferências que vão surgir e quais os impactos que elas geram, você faz uma gestão 50%, onde você começa a agir com 50% de chance de funcionar e o mesmo de dar problema, totalmente no escuro.

Essa mudança de conceito de aprendizagem, aprender a aprender constantemente é sair da zona de conforto. É sair e buscar novos conteúdos, novas informações e novas conexões para fazer uma gestão muito mais efetiva. O conhecimento é infinito, tem muito, é impossível a gente conhecer tudo. Cada momento diferente gera um conhecimento e percepções diferentes. A questão é quais habilidades você vai desenvolver para consolidar esses conhecimentos e qual será a sua atitude que fará com que seja colocada em prática. Essa é a grande mudança. Você vai aprender coisas novas, vai gerar habilidades na sua organização ou as suas próprias habilidades para lidar com esse novo e vai ter atitude para colocar em prática. Errar rápido, pequeno e barato, para aprender e evoluir sempre, que é o modelo das startups. Quanto mais você tem acesso a informação, que isto promova novos conhecimentos, gerando novas habilidades e atitude de colocar em prática, você acaba evoluindo através dos testes, validação e ajustes. Isso é uma sequência contínua, não vai parar nunca mais.

A gestão do agora, uma gestão mais desenvolvida, mais alinhada com as necessidades de mercado precisa ter esse tipo de conceito, esse tipo de mentalidade: aprender, desenvolver e praticar. Esta gestão do agora é alinhada a sua realidade, portanto, é a melhor gestão que você pode ter na organização, desde que esteja conectada e aprendendo, sempre!

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